História da Arena Corinthians – Estádio Itaquerão
Por várias décadas, dirigentes do Corinthians prometeram construir um novo estádio para o clube, já que o Estádio do Parque São Jorge (Estádio Alfredo Schürig) tem capacidade inferior a 18 mil espectadores. Uma das primeiras promessas foi anunciada em 1968, pelo então presidente Wadih Helu, de construir um estádio coberto para 135 mil pessoas. Mais tarde, ele afirmou que compraria o Pacaembu. Depois, lançou uma campanha de venda de alguns títulos patrimoniais e de carnê de prêmios com o objetivo de arrecadar recursos para a construção do “Corinthião”.
Entre as décadas de 1950 e 1960, o presidente Vicente Matheus sonhava em construir um estádio para mais de 200 mil torcedores. Como o plano exigia uma grande área, Matheus solicitou à Prefeitura Municipal de São Paulo um terreno localizado em Itaquera, na zona leste de São Paulo, que à época era de propriedade da Cohab, e uma projeção de construir o estádio entre três a cinco anos. Em novembro de 1978, o pedido foi atendido pelo então prefeito Olavo Setúbal, que aprovou a concessão de uma área de 197 mil metros quadrados por 90 anos. Em 1988, a concessão foi renovada por 90 anos, com a condição de que qualquer construção feita na área devesse ser revertida para a cidade sem nenhum custo. Sem obter financiamento, o projeto de Matheus acabou sendo arquivado. Ainda na década de 1980, durante a Democracia Corintiana, o plano do presidente Waldemar Pires era cobrir e elevar a capacidade do estádio do Parque São Jorge para 41 mil lugares. O ídolo Sócrates chegou a fazer propaganda do lançamento da pedra fundamental do estádio em anúncio veiculado na Rede Globo.
Durante a gestão de Alberto Dualib, novos projetos fracassaram. Em meados da década de 1990, a parceria com o Banco Excel previa a construção de um estádio às margens da Rodovia dos Bandeirantes ou da Ayrton Senna. Pouco depois, outra parceira do clube com a Hicks, Muse, Tate & Furst, que prometeu um estádio na região da Rodovia Raposo Tavares, zona oeste da capital paulista, com capacidade entre 40 e 50 mil lugares, para ser entregue até 2002. Com o novo fracasso, cogitou-se retomar algum projeto em Itaquera ou mesmo demolir o Estádio Alfredo Schurig e construir um novo no mesmo local. Na terceira parceria da gestão Dualib, com a Media Sports Investment, o iraniano Kia Jorabichian almejava comprar o Pacaembu, mas depois prometeu um estádio semelhante ao do Sporting de Lisboa, com capacidade para 55 000 pessoas, shopping center e estrutura para receber shows.
Após a era Dualib, novas ideias foram lançadas. Em 2007, foi formada a ONG Cooperfiel, por torcedores que tentavam arrecadar fundos para construção de um estádio através de doações e vendas de produtos, mas o plano fracassou. Já sob administração de Andrés Sanches, houve conversas para uma concessão do Estádio do Pacaembu em 2009, entre outros projetos.
Em 13 de agosto de 2010, o presidente Sanches revelou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo um novo projeto para um estádio corintiano. Entre quatro propostas diferentes, venceu o projeto para um estádio em Itaquera, na zona leste de São Paulo, com capacidade para 48 mil torcedores e um orçamento de 350 milhões de reais. Às vésperas da festa do centenário do clube, o projeto do novo estádio foi oficializado. Especula-se que o então presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva, corintiano assumido, tenha tido um papel fundamental ao pressionar a construtora Odebrecht a realizar a obra, embora o clube oficialmente desminta uma grande influência do ex-mandatário nacional.
Construção
Após a assinatura do contrato com a construtora Norberto Odebrecht, as obras do novo estádio corintiano começaram oficialmente em 30 de maio de 2011 com a terraplanagem. Com 100 dias de trabalhos completados em 6 de setembro, a promessa era de que as obras da arena fossem concluídas em dezembro de 2013. Em dezembro, a arena recebeu as primeiras vigas de sustentação das arquibancadas.
Nesse mesmo período, teve início a realocação de dutos da Petrobras que transportavam nafta e óleo combustível entre Santo André e Guarulhos, que foi um primeiro obstáculo na obra. Sua transposição foi finalizada em abril de 2012. Naquele mesmo mês, com 30% das obras concluídas, foram iniciados os trabalhos de assentamento de degraus da arquibancada superior leste. No início de outubro, as obras ultrapassaram a marca de 50% de conclusão.
Em abril de 2013, com mais de 70% das obras concluídas, o telão gigante passou pelo primeiro teste noturno e foi aprovado. No final de junho, a grama do estádio foi plantada e, dias depois, começou a nascer. Em julho, com mais de 82% das obras concluidas, os vidros da fachada do prédio oeste começam a ser instalados.
Em setembro, a obra atingiu 87% de conclusão, com o início da instalação das primeiras cadeiras na arquibancada inferior leste, a elevação das primeiras estruturas da cobertura e conclusão da demarcação oficial do campo. Em outubro, a arena chegou aos 90% de conclusão, com prédio leste pronto. Ao final de novembro, as obras estavam 95% concluídas quando um guindaste cedeu e acertou parte da arquibancada do estádio.
Após uma visita do secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke, foi anunciado que o estádio alcançou 97% das obras concluídas ao fim de janeiro de 2014. Em 15 de abril, o estádio foi entregue simbolicamente ao Corinthians, embora com 98% das obras concluídas.
Conceito Arquitetônico
A Arena Corinthians tem um projeto único se comparado aos grandes estádios do mundo, com uma ideia que foge do lugar-comum. Sem seguir um conceito convencional, a casa alvinegra foi moldada em um formato retangular, que aproxima a torcida do campo de jogo e garante a visibilidade para todos os presentes. A sensação do torcedor é de estar muito perto do que está acontecendo no gramado.
O estádio corinthiano possui quatro setores – Norte, Sul, Leste e Oeste –, com duas grandes arquibancadas laterais. No lado leste, foi construído um enorme painel de LED, com 170 metros de largura e 20 metros de altura. Já no Oeste, há um painel de vidro formado por 1.350 peças, em uma área de 240 metros de comprimento por 30 metros de altura.
Dois telões de 30m x 7,5m, os maiores do mundo em estádios de futebol, foram construídos acima dos setores Norte e Sul, que são projetados tanto para os torcedores dentro da casa do Timão como também para os que estão fora.
Abertura da Copa de 2014
A estimativa de que a abertura da Copa do Mundo FIFA de 2014 traria 30,75 bilhões de reais em 10 anos para o município de São Paulo, estimulou a cidade a sediar o jogo de abertura. Um estudo da Fundação Getúlio Vargas estimou de 1 bilhão de reais em receita apenas para o jogo de abertura, como os 290 mil turistas são esperados para o evento.
Após o Estádio do Morumbi ser considerado inadequado pela FIFA, o comitê organizador local procurou alternativas e decidiu oferecer a Arena Corinthians para sediar o jogo de abertura da Copa do Mundo; a FIFA aceitou a sugestão e confirmou a decisão em 10 de outubro de 2011. Para sediar a partida de abertura foi necessário realizar modificações no projeto original, o que elevou o custo original de 335 milhões de reais para 1,07 bilhão de reais para atender aos requisitos da FIFA. Os cortes em custos em equipamentos, mobiliário e construção abaixou o preço. Além disso, devido a acordos da FIFA com o Brasil, todas as construções relacionadas com a Copa do Mundo não podem ser tributadas pelo governo federal brasileiro; o preço final acordado foi de 820 milhões de reais.
Um novo contrato foi assinado em 19 de julho de 2011, com a Odebrecht; 400 milhões de reais do total seriam financiados pelo BNDES e o restante de 420 milhões de reais em isenções fiscais concedidos pela cidade. Uma lei de 2007 declarou que esses créditos tributários podem ser usados por qualquer empresa que se estabelecer na região leste da cidade, oferecendo um crédito de sessenta centavos por cada real investido. A nova lei foi aprovada pelo câmara municipal da cidade para lidar especificamente com este estádio e reduzir os incentivos, vinculando a concessão dos créditos para sediar o jogo de abertura da Copa do Mundo e limitando a quantidade total de créditos de 420 milhões de reais.
O contrato de financiamento com o BNDES foi assinado em 29 de novembro de 2013, sob seu programa ProCopas, para as arenas da Copa do Mundo de 2014. A Caixa Econômica Federal é o agente de distribuição dos recursos. O custo estimado de construção não incluía as despesas de instalação das estruturas móveis exclusivas para a Copa do Mundo, que elevariam a capacidade bruta do estádio oficialmente para 67 349 lugares, com assentos disponíveis de 59 955. Em realidade, até poucos meses antes do início da Copa, houve divergências entre dirigentes corintianos e da Fifa sobre quem arcaria com essas despesas.
No dia 12 de junho de 2014, a expectativa e ansiedade do planeta bola chegaram ao fim com o início da Copa do Mundo FIFA Brasil 2014. Com mais de 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo, e cerca de 60 mil in loco, a casa da Fiel recebeu a partida inaugural do torneio: Brasil e Croácia. Os croatas saíram na frente, com gol contra de Marcelo, mas os brasileiros viraram, com tentos de Neymar (2) e Oscar, e fecharam o placar em 3 a 1.
Na primeira fase, a Arena Corinthians ainda recebeu outras três partidas: Uruguai 2 x 1 Inglaterra, no dia 19; Holanda 2 x 0 Chile, no dia 23; e Coréia do Sul 0 x 1 Bélgica, no dia 26.
Antes de voltar a receber os jogos do Timão, a Arena Corinthians se despediu da Copa do Mundo FIFA Brasil 2014 ao receber dois jogos épicos. No dia 1º de julho, pelas oitavas de final, a Argentina superou a Suíça no fim do segundo tempo da prorrogação ao anotar 1 a 0 com Di María.
No dia 09, o estádio corinthiano recebeu novamente a Seleção Argentina. Desta vez, na semifinal. Contra a Holanda, os argentinos suaram um pouco mais para vencer nos pênaltis (4 a 2), após empate no tempo normal e na prorrogação em 0 a 0. O recorde de público da Arena Corinthians pertence a este duelo: 63.267 pagantes.
Copa América 2019 na Arena Corinthians
A Copa América 2019 na Arena Corinthians recebeu 3 jogos da competição e foi disputada do dia 14 de junho ao dia 7 de julho de 2019.
Com isso, a Arena Corinthians foi uma das duas sedes de São Paulo na Copa América ao lado do Morumbi, casa do São Paulo. Além da capital paulista, a competição foi sediada também em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador.
A Arena Corinthians entrou no lugar do Allianz Parque, que seria uma sede do torneio. O estádio do Palmeiras alegou que compromissos comerciais previamente marcados não poderiam ser conciliados com a competição.
Jogos da Copa América na Arena Corinthians
22 de junho, 16h: Peru x Brasil (fase de grupos)
28 de junho, 20h: Quartas de final (1° do grupo B x 2° do grupo C)
6 de julho, 16h: Decisão do terceiro lugar